Autoimunidade em idade pediátrica
Doenças autoimunes em idade pediátrica
O sistema imunitário desempenha um papel fundamental na defesa do nosso organismo contra agentes infeciosos. As doenças autoimunes surgem quando este sistema imunitário reconhece o próprio organismo como estranho, atacando-o. A patologia autoimune pediátrica é rara, aparecendo com mais frequência em crianças com familiares também afetados por este tipo de doenças. Esta engloba um conjunto de patologias complexas e multifatoriais que podem afetar um órgão específico (como a tiroidite autoimune ou a Diabetes Mellitus tipo 1), ou todo o organismo, sendo estas últimas patologias “sistémicas” o alvo de foco na consulta de Reumatologia Pediátrica. Os sintomas associados a este grupo de doenças são muito variáveis podendo incluir febre, dor nas articulações, cansaço, perda de peso, aftas ou até mesmo descoloração das extremidades. As principais doenças autoimunes incluem:
- Artrite idiopática juvenil – uma entidade composta por várias “sub-patologias” que se caracterizam pela inflamação das articulações, conduzindo a dor e inchaço articular, podendo também atingir outros órgãos como a pele ou o olho.
- Lupus Eritematoso Sistémico juvenil – patologia multissistémica que pode afetar as articulações, pele, fígado, rins, coração, cérebro, etc.
- Dermatomiosite juvenil – atingindo maioritariamente pele e músculo e caracterizado por fraqueza muscular progressiva.
- Vasculites – grupo de patologias que se caracterizam por inflamação dos vasos sanguíneos, sendo as mais comuns na idade pediátrica a Púrpura de Henoch-Schönlein e a Doença de Kawasaki.
- Doença de Behçet – caracterizada pela presença de aftas recorrentes na boca e nos genitais, podendo ainda afetar o intestino, olho e pele.
Como as crianças e adolescentes encontram-se num estado fisiológico de crescimento físico e cognitivo, o tratamento e acompanhamento adequado destas doenças é de especial importância nesta faixa etária de fora a impedir consequências irreversíveis no crescimento e desenvolvimento psicomotor. Embora se tratem de doenças crónicas, as terapêuticas são instituídas de forma a permitir fazer “uma vida normal”, maximizando o potencial académico e desportivo das crianças e adolescentes afetados.